segunda-feira, abril 28, 2014

Capitão América 2 - O soldado invernal, de Anthony e Joe Russo ***1/2

O segredo para que uma adaptação cinematográfica de uma HQ de super-herói seja bem sucedida talvez nem seja tão complicado assim. Num primeiro momento, como esse tipo de filme se enquadraria no gênero aventura, seria muito recomendável que o cineasta envolvido no projeto fosse um cara com boa mão para cenas de ação. O segundo ponto fundamental seria de que o roteiro e a ambientação da produção soubessem manter a essência original do personagem em questão, preservando aquilo que fosse fundamental na caracterização daquela figura e do seu universo. A atenção a essa simples equação teórica é a chave para entender porque “Capitão América 2 – O soldado invernal” (2014) é o melhor filme solo da Marvel como produtora cinematográfica desde que ela decidiu estabelecer esse universo de obras que interagem entre si. A trama é básica e descomplicada, colhendo elementos dramáticos importantes dentro da trajetória do protagonista nos quadrinhos, mas sem dar aquela impressão de estar apenas juntando fatos importantes de forma aleatória. Assim, percebem-se questões que são intrínsecas à natureza do herói – a corrupção de agentes do governo que levam o Capitão América (Chris Evans) a questionar o seu próprio patriotismo, o seu elevado senso moral que contrasta com o cinismo da sociedade contemporânea, a combinação de força física e determinação mental que o torna uma força da natureza incontrolável. Além disso, a direção segura dos irmãos Anthony e Joe Russo cria uma narrativa dinâmica e repleta de sequências de ação deslumbrantes no seu detalhismo cênico. As cenas do atentado contra Nick Fury (Samuel L. Jackson) e os brutais embates entre o Capitão e o Soldado Invernal (Sebastian Stan), por exemplo, são primorosas na conjunção de tensão e violência gráfica.


Diante do triunfo artístico e comercial de “Capitão América 2 – O Soldado Invernal”, a Marvel retoma o interesse e curiosidade pelas suas próximas produções depois da frustração com o tom engraçadinho e anódino de “Thor 2” e “Homem de ferro 3”.

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