segunda-feira, novembro 23, 2009

Rock`n`Roll Animal - Lou Reed


Quem nunca ouviu Rock n Roll Animal (1974), registro de um concerto de Lou Reed realizado em 21 de dezembro de 1973, pode ler a relação de música na contra-capa do disco e pensar “legal, Lou Reed tocando uns clássicos do Velvet Underground!”. Bem, o negócio não é bem por aí... O que o cara fez nessa apresentação foi uma transformação radical nos arranjos de tais canções, em versões que representam uma antítese que beira a heresia dos cânones malditos de sua antiga banda.

Talvez a melhor maneira para tentar entender o que é Rock n Roll Animal é pensar numa inusitada equação histórica. Pense inicialmente que a primeira metade da década de 70, pelo menos na Inglaterra, foi marcada pelo auge do Glam Rock de David Bowie, Roxy Music e T.Rex, movimento musical esse que teve o Velvet Underground como uma das suas influências primordiais. Logo depois, deve-se lembrar que foi o citado Bowie quem ajudou Lou Reed a se reerguer de um certo ostracismo em que se encontrava após o fim do Velvet, sendo que Bowie chegou a produzir, inclusive, o fundamental Transformer (1973). Ora, observando todo esse contexto, nem é tão complicado concluir que Rock n Roll Animal é algo como Lou Reed homenageando/sacaneando o tal do Glam Rock (não à toa, o cara está todo maquiado na capa do disco), tocando algumas pérolas do repertório do Velvet sob uma ótica espalhafatosa, exagerada e pesada, típica daquela época. A resposta final dessas conjecturas e equações tortas é algo como se o Velvet Underground houvesse renascido como uma banda de hard rock, com direito inclusive a solos virtuosos de guitarra!! Convenhamos, entretanto, que raras vezes o hard rock foi tão sujo, ambíguo e inspirado quanto em Rock n Roll Animal. Lou Reed contava na época com uma banda fabulosa, encabeçada por uma dupla de guitarristas fenomenais: Dick Wagner e Steve Hunter. O brilhante arranjo de guitarras se entrecruzando de forma sinuosa em Sweet Jane e o alucinado duelo de riffs e solos na versão acelerada de White Light/White Heat são momentos maravilhosamente desconcertantes e que fazem do disco não apenas um dos melhores álbuns ao vivo do rock, mas também um marco no quesito “grandes discos guitarrísticos”.

Um comentário:

Mari Figueiredo (Camera Cine) disse...

Adoro Cinema!
^^

Parbaens... seu blog esta SHow!

Depoiss passa no meu!
vou te seguir aqui, me siga lá!

bjos
!