quinta-feira, outubro 21, 2010

Reflexões de Um Liquidificador, de André Klotzel **1/2


É claro que o elemento do insólito torna atraente a premissa inicial de “Reflexões de Um Liquidificador”: a estranha relação de cumplicidade entre uma dona-de-casa suburbana e seu liquidificador que adquire consciência e a capacidade de falar. O tal eletrodoméstico até adquire uma certa aura carismática ao ser dublado pela voz de tom sempre espirituosa de Selton Mello (curiosamente, ele já havia dublado um gato no divertido curta “Sete Vidas”). O roteiro delineia uma série de observações mordazes sobre as agruras e comédias do quotidiano, combinando com habilidade humor negro e dramaticidade. No geral, entretanto, “Reflexões de Um Liquidificador” não é uma produção tão bem resolvida formalmente. O excesso de monólogos e diálogos de seus personagens faz com que a narrativa seja muito truncada, dando a impressão de que o filme se traduziria melhor como um conto literário ou uma peça teatral.

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