quarta-feira, abril 13, 2011

Lope, de Andrucha Waddington **1/2


Como boa parte das cinebiografias, “Lope” (2010), por vezes, cai na armadilha de uma encenação resumida e simplista de fatos reais. Narrando o período de ascensão do poeta e dramaturgo Lope de Veja, o filme apresenta um certo vigor narrativo quando se concentra no protagonista dando vazão a sua criatividade lírica e nas bem elaboradas cenas de ação. O seu foco principal, entretanto, está muito mais na vida amorosa de Lope, com direito a momentos rococós arfantes de sexo, dilemas íntimos e desgastados conflitos do tipo “a minha amada virginal vem de uma família próspera e eu sou apenas um poeta vagabundo e sem um vintém”. No mais, essa produção internacional dirigida pelo brasileiro Andrucha Waddington surpreende pela reconstituição histórica e direção de arte eficientes que conseguem resgatar com razoável fidelidade a atmosfera lúgubre e suja da Idade Média. O resultado final é uma obra esquecível, mas que tem os seus momentos divertidos. Pelo menos, é bem mais suportável que o afetado “Casa de Areia” (2005), produção superestimada do mesmo Waddington.

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