sexta-feira, abril 19, 2013

Sejam muito bem-vindos, de Jean Becker ***


A trama de “Sejam muito bem-vindos” (2011) já foi vista, com algumas variações, em inúmeras outras produções: um homem maduro em crise e desiludido que conhece alguém especial (um jovem, uma criança, um idoso), acaba tendo alguma lição de vida com essa experiência e se torna um ser humano um pouco melhor. A própria estrutura narrativa do filme em questão, clássica e linear, não foge muito do padrão tradicional das obras do gênero. É nos detalhes que o filme dirigido por Jean Becker acaba se sobressaindo. A encenação traz alguma virulência que soa inquietante para o espectador, além das abordagens formal e temática apresentarem uma contenção que faz com que não se caia no sentimentalismo excessivo. O protagonista Tailandier (Patrick Chesnais) sofre de depressão, sendo que a composição dramática do personagem é o fiel da balança de “Sejam muito bem-vindos” – a alternância de reações e o comportamento atribulado de Tailandier criam a empatia necessária para que o filme se torne consideravelmente crível e convincente.