segunda-feira, setembro 16, 2013

Bling Ring: A gangue de Hollywood, de Sofia Coppola ***


Assim como se fazia supor em “Um lugar qualquer” (2010), o estilo de Sofia Coppola parece estar mais descarnado em “Bling Ring: A gangue de Hollywood” (2013). É como se a diretora quisesse lapidar a sua estética de excessos, preferindo reduzir seu cinema a um essencial básico. Isso é até curioso, no sentido de que seu pai, Francis Ford Coppola, é um autor marcado por um virtuosismo que por vezes até envereda pelo operístico. Essa abordagem da cineasta encontra um material temático com o qual estabelece uma sintonia bastante coerente. Afinal, a história que conta as aventuras contraventoras de um bando de jovens de classe média alta que se divertem furtando casas de ricos e famosos em Hollywood recebe um tratamento de distanciamento emocional e sem glamourizações. O registro de Sofia é marcado pela frieza e objetividade, mesmo quando ela obtém cenas memoráveis ao conceber uma atraente atmosfera de hedonismo. E é de se ressaltar ainda a ótima mão dela na direção de atores – o trio protagonista (Emma Watson, Katie Chang e Israel Broussard) tem desempenhos antológicos. No geral, as escolhas artísticas de Sofia podem frustrar aqueles que esperam maiores arrebatamentos sensoriais, mas é inegável que dão à “Bling Ring” um forte conteúdo emblemático de sua época.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Quando eu penso nos filmes dela eu prefiro isolar as suas obras e fazer nenhuma comparação com a filmografia do pai dela, pois embora parentes, possuem olhares completamente diferentes.