No melhor de sua filmografia, o diretor norte-americano
Alexander Payne foi responsável por uma fina síntese narrativa de ironia ácida
e densidade dramática. É só conferir isso em “Eleição” (1999), “As confissões
de Schmidt” (2002) e “Nebraska” (2013). Sua particular concepção artística,
entretanto, desmorona em “Pequena grande vida” (2017). O que era para ser uma
sardônica ficção científica repleta de subtexto sócio-político acaba se
convertendo em uma pálida fábula. O início do filme é até promissor: o roteiro
insinua alguns rumos interessantes, as trucagens digitais com as pessoas
miniaturizadas têm um divertido charme imagético e a encenação apresenta
originalidade na forma com que realismo e absurdo se alternam. Aos poucos, as
boas promessas criativas vão se esvanecendo com a falta de um rumo mais
definido da trama e o tom apático das interpretações. Não chega a ser
especialmente ruim, é só anódino de maneira anestesiante.
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