terça-feira, maio 07, 2019

Pequena grande vida, de Alexander Payne **


No melhor de sua filmografia, o diretor norte-americano Alexander Payne foi responsável por uma fina síntese narrativa de ironia ácida e densidade dramática. É só conferir isso em “Eleição” (1999), “As confissões de Schmidt” (2002) e “Nebraska” (2013). Sua particular concepção artística, entretanto, desmorona em “Pequena grande vida” (2017). O que era para ser uma sardônica ficção científica repleta de subtexto sócio-político acaba se convertendo em uma pálida fábula. O início do filme é até promissor: o roteiro insinua alguns rumos interessantes, as trucagens digitais com as pessoas miniaturizadas têm um divertido charme imagético e a encenação apresenta originalidade na forma com que realismo e absurdo se alternam. Aos poucos, as boas promessas criativas vão se esvanecendo com a falta de um rumo mais definido da trama e o tom apático das interpretações. Não chega a ser especialmente ruim, é só anódino de maneira anestesiante.

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