sexta-feira, outubro 15, 2010

Amor à Distância, de Nanette Burstein ***


A experiência da diretora Nanette Burstein como documentarista de prestígio fica evidente na sua estreia na ficção em “Amor à Distância” (2010), mesmo atuando dentro de um conservador formato de comédia romântica. Ao focalizar a trama de um casal de namorados que é obrigado a manter seu relacionamento à distância por contingências profissionais, a cineasta impressiona por obter momentos que chegam às raias do perturbador devido à forma crua com que expõe os sentimentos e reações de seus personagens em situações limites. Por mais que “Amor à Distância” tenha de se adequar a uma lógica de “final feliz”, prevalece na percepção de que assiste ao filme a virulência da abordagem temática de Nanette Burstein em mostrar que o amor não é a única coisa que pode ditar os rumos de um relacionamento entre homem e mulher. E também é mérito da diretora adaptar um material de conteúdo até espinhoso como esse dentro de uma embalagem bem-humorada (mesmo que isso, por vezes, acabe tirando um pouco do impacto da visão de verossimilhança sensorial da cineasta, principalmente nas sequências em que aparecem os amigos do protagonista). É curioso ainda notar que “Amor à Distância” parece mostrar uma espécie de sintonia espiritual com “500 Dias Com Ela” (2009), outra obra recente que focaliza de forma mais verdadeira os relacionamentos amorosos no mundo contemporâneo (ainda que tais filmes tenha concepções formais diferentes entre si).

2 comentários:

pseudo-autor disse...

Eu fui conferir mais pela Drew Barrymoore e acabou se mostrando uma grata surpresa. Melhor do que as comédias insossas que a Katherine Heigl (da série Grey's Anatomy) tem feito ultimamente.

Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com

André Kleinert disse...

As comédias românticas nas quais a Drew Barrymoore participa, no geral, são bem mais consistentes que a média no gênero. "Letra e Música", por exemplo, é uma verdadeira pérola.