quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Minhas Mães e Meu Pai, de Lisa Cholodenko **1/2


Algumas qualidades saltam aos olhos em “Minhas Mães e Meu Pai” (2010) – a boa mão da diretora Lisa Cholodenko para a ação cinematográfica em algumas tomadas (principalmente na seqüência dos garotos andando de bicicleta na abertura do filme e nas cenas de sexo), a excelente atuação de Mark Ruffalo (sempre no feeling certo para interpretar tipos pouco glamourosos), a bela trilha sonora cancioneira indie e de clássicos temas de Joni Mitchel e David Bowie. Tais virtudes, entretanto, são insuficientes para segurar o interesse do filme, principalmente por uma certa formatação excessivamente convencional, que faz lembrar aquelas emboloradas produções setentistas sentimentais na linha acre-doce. Cholodenko parece também fazer questão de lembrar ao espectador de que está assistindo a uma típica obra independente, abusando de uma estética que beira o amador (o que são aqueles microfones de captação de som que aparecem constantemente na tela??). Incomoda ainda a composição dramática de alguns personagens, com destaque para o desempenho caricatural de Annette Bening, além do fato da temática homossexual receber uma abordagem um tanto confusa, sectarista e simplória pelo seu maniqueísmo – no filme, heterossexuais têm tendências naturais para serem brutais ou simplesmente inconsequentes.

Um comentário:

Fábio Sidrack disse...

acre-doce?????