sexta-feira, abril 20, 2012

Jogos Vorazes, de Gary Ross **1/2



De certa forma, “Jogos Vorazes” (2012) até chega a surpreender positivamente. Afinal, o marketing do filme afirmava que se travava de um fenômeno na linha da franquia “Crepúsculo”, daí já vinha à mente algo na linha asséptica da série de “vampiros” sem sangue que louva a virgindade. “Jogos Vorazes”, entretanto, mostra ter mais culhões. Na realidade, trata-se de uma produção que dá a impressão de ser uma grande colcha de retalhos de referências, influências e clichês – o jogo de sobrevivência entre jovens faz lembrar obras como “O Sobrevivente” (1987) e “Battle Royale“ (2000), a distopia de uma sociedade marcada pela falta de liberdade evoca o clássico literário “1984” e derivativos. O roteiro é marcado por simplificações excessivas, e mesmo a direção de arte demonstra falta de imaginação (joga-se sempre com o mesmo princípio: no futuro, os menos privilegiados têm um figurino espartano e os moradores das grandes cidades são caracterizados pelo mau gosto visual). Quando “Jogos Vorazes” parte para ação na sua metade final, a narrativa evolui bastante, ainda que o diretor Gary Ross não ouse tanto em termos visuais. Mesmo que seja previsível que a protagonista Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torne a vencedora da competição de sobrevivência, há uma certa tensão nas cenas, além do grau de surpresa em algumas soluções da trama. No final das contas, “Jogos Vorazes” não representa algo de tão relevante, mas consegue criar expectativa para os próximos filmes da franquia. Dentro da lógica de mercado, isso já está mais que bom...

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