quinta-feira, agosto 30, 2012

E aí... Comeu?, de Felipe Joffily


O diretor Felipe Joffily até de vez em quando consegue disfarçar a origem teatral de “E aí... Comeu?” (2012) em alguns enquadramentos e na montagem. No mais das vezes, entretanto, o que predomina é uma estrutura narrativa um tanto truncada e superficial, em que os diálogos procuram emular uma naturalidade coloquial de um bate papo a versar invariavelmente sobre sexo e relacionamentos amorosos. Tal concepção geralmente esbarra num tom de manual sentimental de botequim, revelando muito mais o ideário sentimental de um tipo bem específico: o carioca classe média metido a malandro. As aventuras amorosas do trio protagonista se pretendem ousadas ao tentar focarem trepadas e encrencas sob uma atmosfera que deveria ser descontraída e sem pudores. O resultado final é bem distante de tal pretensão, com Joffily enquadrando personagens e situações dentro de uma lógica previsível de comédia romântica. Por mais que se assuma um tom de ironia e questionamento sobre a relação homem e mulher, tudo se encaminha para uma resolução esquemática, com direito a lições de vida e a um final feliz romântico idealizado.

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