sábado, agosto 25, 2012

Para sempre, de Michael Sucsy **


Em termos de gênero, “Para sempre” (2012) é dirigido a um público bem específico – a de moças que adoram dramas românticos repletos de momentos “enxuga lágrimas”. E até pode-se dizer que o filme cumpre o seu papel nesse sentido. Mas o que faz despontar um sentimento de frustração é o fato do roteiro fazer vislumbrar uma possibilidade de trama que fugisse do lugar comum. O que “Para sempre” precisava era de uma abordagem mais ousada e crua ao focar a história (baseada em fatos reais) da mulher casada que após bater a cabeça em um acidente automobilístico acaba esquecendo da figura do marido, com esse último se dedicando ao longo do filme a fazê-la se lembrar ou voltar a gostar dele. O que poderia render uma reflexão sobre a natureza dos relacionamentos amorosos acaba se convertendo numa previsível lição de vida do tipo “só o amor constrói”. É claro que o filme é bem acabadinho em termos formais, mas o que faz com que apenas ele caia na linha do não fede nem cheira. No mais, a figura envelhecida e algo decadente de Jessica Lange, que já trabalhou de forma memorável em tantos filmes antológicos, participando de uma produção medíocre como essa faz a gente pensar que Hollywood realmente é um lugar assustador...

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