quarta-feira, janeiro 09, 2013

Gonzaga - De pai para filho, de Breno Silveira **1/2


Dentro da trilogia do diretor Breno Silveira tendo como temática ícones da música popular brasileira, “Gonzaga – De pai para filho” (2011) é a obra melhor resolvida. Por um lado, tanto Luiz Gongaza quanto Gonzaguinha são músicos muito mais relevantes e de perfil mais complexo do que os “breganejos” Zezé Di Camargo e Luciano. Assim, a saga deles tem mais substância dramática que o simples elogio ao arrivismo de “Os dois filhos de Francisco” (2005). Por outro, Silveira dosa melhor o seu habitual sentimentalismo excessivo, conseguindo estabelecer uma narrativa mais equilibrada, além de estabelecer melhor as nuances humanas dos relacionamentos entre os personagens, principalmente entre a dupla de protagonistas. Nesse sentido, o cineasta mostra certa sensibilidade ao conseguir também delimitar dentro do conflito entre Gonzagão e Gonzaguinha um antagonismo que se estende ainda para as suas concepções artísticas diversas, em que o baião e o forró irônico e malicioso do pai se confrontam com os sambas e baladas engajados e ácidos do filho. É claro que o filme se ressente de uma estrutura por vezes superficial e episódica, o que atenua consideravelmente o potencial dramático da obra. Sorte da produção que parte dessa força é resgatada pela visceral atuação de Júlio Andrade, que ao interpretar Gonzaguinha consegue fazer uma síntese extraordinária entre aquele espírito malaco do cantor/compositor e a sua intelectualidade refinada.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Um dos bons titulos brasileiros neste ano que eu assisti. Alias, como teve titulos brasileiros nesse ano que passou.