quinta-feira, setembro 27, 2012

Valente, de Mark Andrews e Brenda Chapman ***1/2


A qualidade do traço e o capricho visual dos efeitos digitais são evidentes em “Valente” (2012). Mas essa competência formal é quase uma regra nesse gênero de animações contemporâneas. O que faz o filme dos diretores Mark Andrews e Brenda Chapman se destacar, assim como outras produções do estúdio Pixar, são dois pontos: o roteiro bem delineado e a ágil dinâmica narrativa. A trama concilia de forma equilibrada uma forte dimensão dramática com toques de humor e referências pop, sem parecer uma colcha de retalho. O tom fabular apresenta nuances temáticas até ousadas que destoam sutilmente dos cânones das histórias infantis tradicionais, trazendo questionamentos sobre o habitual papel submisso e meramente romântico das “mocinhas”. Mas o interesse que o filme pode despertar não se restringe a um aspecto sociológico/cultural. Andrews e Chapman apresentam cenas memoráveis em termos de ação, além de enfatizar em algumas sequências violentos embates físicos e atmosferas sombrias. Tal brutalidade e climas sinistros mostram que mesmo no estilo contos-de-fada a Pixar consegue deixar impressa a sua marca particular.

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