segunda-feira, outubro 28, 2013

Elysium, de Neill Blomkamp **1/2

Uma das coisas que mais me agradava em “Distrito 9” (2009), o ótimo filme que projetou mundialmente o diretor sul-africano Neill Blomkamp, era o visual sujo e a atmosfera sórdida que permeava sua narrativa. No meio de uma trama de ficção cientifica de ritmo alucinante, o cineasta também conseguia traçar uma contundente metáfora para a questão do racismo no mundo. Em “Elysium” (2013), sua estreia nas produções norte-americanas, pode-se perceber que o gume do seu cinema perdeu parte considerável do seu corte, ainda que possa se perceber eventualmente algum traço da sua marca autoral. Num primeiro momento, fica evidente que Blomkamp cria uma concepção visual na construção visual de um futuro distópico que procura fugir da assepsia imagética que predomina nas recentes produções norte-americanas do gênero. Colabora também para isso que a violência de algumas cenas seja explícita e brutal, dando para o filme um certo ar de produção B. O grande problema da obra, contudo, está na falta de uma genuína tensão na narrativa, de um roteiro mais elaborado e menos esquemático, de um elenco que fuja do padrão piloto automático (com exceção de Wagner Moura, que por mais over que esteja em alguns momentos, pelo menos oferece uma atuação mais viva). Do jeito que ficou, a impressão que se tem é que Blomkamp sucumbiu a pressões parar formatar o seu cinema de acordo com padrões mais palatáveis.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Eu gostei mais do inicio do filme do que o final