quarta-feira, março 19, 2014

Sem escalas, de Jaume Collet-Serra **


“Guerra nas estrelas –A ameaça fantasma” representou uma espécie de virada na carreira de Liam Neeson (1999)– de ator habitado a tipos sérios e taciturnos em dramas respeitáveis a protagonista durão de filmes de aventura e ação. Oportunista ou não, o fato é que tal mudança representou uma saudável renovação no perfil de Neeson, assim como rendeu alguns papéis e filmes memoráveis para ele. É fato também, entretanto, que de vez em quando não custaria ele selecionar melhor os seus projetos nesse gênero. No caso de “Sem escalas” (2014), por exemplo, tudo é tão genérico e preguiçoso que mesmo o seu habitual carisma passa batido. O filme se apóia em uma estrutura de narrativa formulaica ao extremo, dando a constante impressão de uma obra engessada e sem vida. Todas as viradas dramáticas do roteiro obedecem a um manual de convencionalismos estéreis, sendo que a equação de suspense com filme catástrofe nem mesmo aproveita as possibilidades criativas que tal combinação poderia propiciar. Talvez “Sem escalas” pudesse se salvar se apresentasse pelo menos algumas boas cenas de ação, mas o diretor Jaume Collet-Serra mal consegue coreografar uma briga de forma decente. Se Neeson está a fim de persistir nessa linha de produções, seria bem mais interessante que trabalhasse com diretores que realmente entendam do riscado como Michael Mann e Nicolas Winding Refn.

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