terça-feira, março 04, 2014

Clementina de Jesus: Rainha Quelé, de Werinton Kermes *1/2

Como um filme de menos de uma hora e dirigido de forma tão mambembe pode fazer jus à figura extraordinária de uma artista tão importante para a música brasileira? É claro que entre as possíveis causas está o fato da produção ter conseguido pouca grana. Mas também fica no ar a impressão de que o diretor Werinton Kermes poderia ter sido mais criativo na realização do documentário “Clementina de Jesus: Rainha Quelé” (2012). Ok, há bastante material de arquivo audiovisual, alguns depoimentos são relevantes e reveladores sobre a protagonista. E daria para não levar tanto em conta a formatação convencional e pouco imaginativa da obra. Falta no filme, entretanto, uma investigação mais profunda sobre as raízes de Clementina, de mostrar fatos menos conhecidos do seu passado antes de ser descoberta tardiamente por Hermínio Belo de Carvalho, de contextualizar a sua difícil vida com a própria trajetória do samba na história cultural nacional. Do jeito que o documentário se concretizou, ficou muito mais com cara de especial televisivo superficial – e olha que já vi programas sobre música na televisão bem mais ousados e criteriosos em termos de informação e concepção formal do que essa frustrante produção de Kermes.

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