quinta-feira, janeiro 08, 2015

A família Bélier, de Eric Lartigau **


Parte da produção cinematográfica da França vem passando por um processo semelhante com o que vem acontecendo com o cinema argentino: em nome de um palatável padrão de “qualidade” artística, tais obras se descaracterizam de uma identidade própria. Seu pretenso universalismo apenas torna tais produções derivativas – se fossem faladas em inglês, passariam tranqüilos como um rotineiro filme norte-americano. É o caso justamente de “A família Bélier” (2013). É claro que os cenários campestres e alguns elementos culturais trazem algo de diferente para a obra do diretor Eric Lartigau. Os conflitos de sua temática, a estrutura narrativa e o seu formalismo, entretanto, evocam um cinema genérico. Pode ser até ser agradável e divertido em alguns momentos, mas o misto de drama de superação e comédia pastelão dá aquela impressão constante de algo fácil de ver e de esquecer. O que é uma pena, pois mesmo com uma trama permeada de clichês havia potencial para um resultado final mais contundente e memorável, o que se evidencia na qualidade dramática de alguns nomes do elenco e na beleza dos números musicais.

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