terça-feira, janeiro 20, 2015

Uma longa viagem, de Jonathan Teplitzky **


Ser acadêmico não é um demérito por si só para um filme. Os filmes do diretor britânico David Lean, por exemplo, possuíam tal atributo e nem por isso podem ser considerados produções descartáveis e sem personalidade – pelo contrário, eram trabalhos vigorosos e memoráveis, sendo que alguns até se tornaram verdadeiros clássicos cinematográficos. O que incomoda em um trabalho como “Uma longa viagem” (2013) é um academicismo rançoso: tudo está no lugar direitinho, os aspectos formais se configuram competentes em sua execução, mas não há brilho, convicção, na forma com que o diretor Jonathan Teplitzky conduz a narrativa. Mesmo o elenco, contando com nomes expressivos, não consegue se salvar diante da pasmaceira das concepções estéticas de Teplitzly, contentando-se com registros entre o apagado e o canastrão. Por vezes, até se pode sentir o potencial da obra, principalmente nas sequências de flashback, em que alguns momentos de brutalidade e tensão trazem alguma densidade dramática e impacto visual para o espectador. Acaba sendo pouco, entretanto, para tirar a produção do lugar comum e do previsível.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Acredito que o livro seja melhor