Na sessão comentada da produção sueca “Thriller – Um filme
cruel” (1973) realizada na última edição do FANTASPOA, a atriz Christina
Lindberg disse que o filme em questão teria sido feito pelo diretor Bo Arne
Vibenius com a intenção principal de ganhar um bom dinheiro, tendo em vista que
o cineasta na época se encontrava na época em séries dificuldades financeiras,
abusando, dessa forma, de alguns dos preceitos básicos do cinema exploitation
da época, principalmente nos quesitos violência gráfica e sexo explícito. Por
mais que a obra seja apelativa no uso constante de tais elementos de choque,
entretanto, seu resultado final acabou extrapolando os meros fins lucrativos
aludidos por Lindberg. Por mais que a brutalidade e pornografia estejam
presentes, elas são incorporadas dentro de uma atmosfera desolada e uma
narrativa sóbria, por vezes quase rarefeita, além de um subtexto repleto de ironia
perversa, o que faz com que o conjunto estético-temático possua aquela bizarra
síntese de repulsa e encantamento dos melhores filmes da linhagem exploitation
setentista. Detalhes cênicos como as estranhas sequências de ação em câmera
lenta e a atuação icônica de Lindberg fazem entender por que Quentin Tarantino
sempre cita “Thriller” como uma das suas grandes inspirações criativas.
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