Duas perguntas me vieram à cabeça quando terminei de
assistir a “A vida invisível” (2019): por que raios um diretor como Karim
Aïnouz fez algo tão insosso quanto esse filme? E por que justamente escolheram
logo esse filme para representar o Brasil na edição do Oscar desse ano, e logo em
2019 quando várias produções nacionais bem mais relevantes e interessantes
estrearam nos cinemas? Até que para a segunda pergunta a resposta não é tão
difícil, afinal os órgãos governamentais “competentes” de um Brasil dominado
pela besta fera não poderiam escolher filmes contestadores e inquietantes como “Bacurau”
ou “Inferninho”. Não é que “A vida invisível” seja ruim – o filme é até bem
fotografado e conta com algumas interpretações convincentes. Mas sua narrativa
amorfa e roteiro previsível fazem tudo parecer um grande e entediante novelão
global (é claro que com alguns aspectos formais mais atraentes). Ou seja, muito
pouco para o diretor que tem em seu currículo filmes tão impactantes quanto “Viajo
porque preciso, volto porque te amo” (2009) ou “Praia do futuro” (2014).
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