segunda-feira, fevereiro 10, 2020

A vida invisível, de Karim Ainouz **


Duas perguntas me vieram à cabeça quando terminei de assistir a “A vida invisível” (2019): por que raios um diretor como Karim Aïnouz fez algo tão insosso quanto esse filme? E por que justamente escolheram logo esse filme para representar o Brasil na edição do Oscar desse ano, e logo em 2019 quando várias produções nacionais bem mais relevantes e interessantes estrearam nos cinemas? Até que para a segunda pergunta a resposta não é tão difícil, afinal os órgãos governamentais “competentes” de um Brasil dominado pela besta fera não poderiam escolher filmes contestadores e inquietantes como “Bacurau” ou “Inferninho”. Não é que “A vida invisível” seja ruim – o filme é até bem fotografado e conta com algumas interpretações convincentes. Mas sua narrativa amorfa e roteiro previsível fazem tudo parecer um grande e entediante novelão global (é claro que com alguns aspectos formais mais atraentes). Ou seja, muito pouco para o diretor que tem em seu currículo filmes tão impactantes quanto “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2009) ou “Praia do futuro” (2014).

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