Por mais que o cinema de horror se aprofunde na fantasia,
sempre haverá uma ligação com o real, em menor ou maior grau, ingrediente esse
que colabora para a capacidade das produções do gênero de perturbar as
platéias. Em “Chernobyl” (2012), essa característica é evidente. O diretor
Bradley Parker retoma aquela clássica ligação entre experimentos nucleares e o
surgimento de criaturas mutantes, em voga desde as produções ficções
científicas B dos anos 50, fazendo a relação com a tragédia do acidente nuclear
na União Soviética na década de 80. Ainda que Parker não apresente maiores voos
formais na composição de sua narrativa, é inegável que o filme estabelece uma
interessante atmosfera sinistra ao contrapor uma típica trama de jovens
incautos sendo perseguidos e mortos por seres monstruosos com um subtexto
(seria involuntário?) a mostrar uma cidade abandonada e em ruínas, como se o
seu isolamento físico refletisse a própria ruína econômica e moral do império
soviético.
2 comentários:
Esse não assisti ainda, e olha que toda hora estou indo ao cinema.
O filme ficou pouco tempo em cartaz aqui em Porto Alegre. Não é surpresa que muita gente não tenha assistido.
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