Na cinematografia de Lucio Fulci, roteiro é algo que beira o
rarefeito – o cineasta parece se guiar perante um esqueleto de trama, em boa
parte das vezes repleto de buracos, e assim constrói seus filmes a base de
sufocantes atmosferas de horror e de cenas de riqueza visual perturbadora. A
partir de tais preceitos, “Pavor na cidade dos zumbis” (1980) é um dos mais
impressionantes exemplos da estranha arte de Fulci. O espectador tem uma vaga
noção de que a história do filme tem alguma relação com portais para o inferno,
demônios e zumbis. O que interessa efetivamente em tal obra é a propensão do
diretor italiano para construir uma narrativa que beira o onírico tamanha a sua
estranheza, assim como uma série de seqüências antológicas na sua violência
gráfica brutal e barroca. O sentido surreal das cenas não se impõe de um
cerebralismo, mas de uma lógica grotesca de realidade por parte de Fulci. Não é
gratuito, assim, que Tarantino tenha citado as tomadas de uma personagem
enterrada viva para o segundo volume de “Kill Bill” (2004).
Um comentário:
Destes diretores Italianos que souberam fazer otimos filmes de terror, eu quero conhecer a filmografia de Dario Argento uma hora dessas.
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