sexta-feira, agosto 30, 2013

Celine e Julie vão de barco, de Jacques Rivette ***1/2


O delirante e o onírico ganham uma nova dimensão nas mãos de Jacques Rivette em “Celine e Julie vão de barco” (1974). O filme parece meio aleatório na sua estrutura narrativa – é como se a trama evoluísse por alguma intuição do diretor e de suas protagonistas. No roteiro, há duas histórias que por vezes correm paralelamente, e noutros momentos se fundem de acordo com uma lógica surrealista. Ocorre, entretanto, que esse direcionamento de fantasia não se prende aos ditames tradicionais do cinema fantástico; na realidade, é como se fosse uma extensão das particulares concepções artísticas de Rivette. Ele cria atmosfera e dinâmica rarefeitas para buscar uma linguagem que seja própria do cinema, ainda que se utilize de alguns preceitos da literatura e do teatro. Seu formalismo anti-naturalista dá uma sensação ao espectador de se encontrar numa montanha russa sensorial. Se essa opção criativa pode ser cansativa em algumas seqüências, em outras é estranhamente sedutora, principalmente por evocar um cinema cujos maneirismos enveredam tanto por uma direção de fotografia de tons granulados e esmaecidos (quase como se fosse um vídeo caseiro) quanto por uma estética gótica de araque e um tanto irônica. Para Rivette, as noções de realismo e linearidade só servem para serem distorcidas em busca de um olhar livre e inquietante.

2 comentários:

Marcelo Castro Moraes disse...

Boa pedida

Baixando na Faixa disse...

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