segunda-feira, maio 19, 2014

O espetacular Homem-Aranha 2 - A ameaça de Electro, de Marc Webb **

Uma coisa dá para reconhecer com certeza em “O espetacular Homem-Aranha 2 – A ameaça de Electro” (2014): o diretor Marc Webb deixou parte de sua marca autoral no filme. Mas isso não é algo necessariamente bom para a produção... Webb se notabilizou com a boa comédia romântica “500 dias com ela” (2009), com as suas sacadas espertas sobre as agruras e delícias de um namoro. O cara é tão entusiasmado com esse tipo de abordagem que resolveu levá-la para essa nova aventura do herói aracnídeo. Dessa forma, ficou-se com um drama mostrando as idas e vindas do relacionamento amoroso de Peter Parker (Andrew Garfield) e Gwen Stacy (Emma Stone) que de vez em quando tem algumas cenas de ação do Aranha (pois é, o protagonista fica reduzido a coadjuvante). O resultado dessa concepção temática de Webb é uma obra confusa, afinal nem o drama de relacionamento e nem o filme de aventura parecem encontrar o espaço necessário para se desenvolverem de forma satisfatória. O cineasta também não consegue atingir um equilíbrio necessário entre o dramático e o cômico – para os dilemas apresentados no roteiro, é claro que o tom predominante da narrativa é o sombrio. Ocorre que há personagens e situações tão caricatos que acabam reduzindo o impacto de algumas cenas cruciais para o filme. É inegável também que há qualidade em algumas sequências de ação, mas nada também que fuja daquilo que estamos acostumados dentro do universo cada vez mais uniforme dos efeitos computadorizados. Nesse quesito, aliás, de encenação de pancadarias e explosões, o filme de Webb fica bastante a dever em relação ao ótimo e recente “Capitão América 2 – O soldado invernal” (2014). Mas o que talvez mais incomode nesse mais recente capítulo cinematográfico das aventuras do Aranha é a falta de um planejamento mais orgânico no processo de adaptação do universo do personagem nos quadrinhos para a tela: fatos e personagens importantes nas HQs são simplesmente jogados de qualquer forma no roteiro, sacrificando a fluidez da narrativa cinematográfica. Do jeito que esse reboot está ficando, está dando saudade do período em que Sam Raimi comandava os filmes do célebre escalador de paredes, principalmente do extraordinário “Homem-Aranha 2” (2004).

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Embora com os seus defeitos ele é bem superior se comparado ao primeiro. Mas se fomos ir ao fundo, percebemos que essa nova trilogia do personagem até agora não falou para que veio.