sexta-feira, outubro 03, 2014

Isolados, de Tomas Portella *1/2


O lançamento de um filme brasileiro de gênero, coisa rara nos dias de hoje, não deixa de ser um fato a ser louvado. Além disso, pode-se dizer que “Isolados” (2013) apresenta referências promissoras em sua trama: um casal isolado numa casa no meio do mato e acossado por forças obscuras (“A morte do demônio”), uma dupla de irmãos caipiras e psicopatas que aterrorizam nativos e turistas de uma cidade do interior (“O massacre da serra elétrica”) e alguns elementos dramáticos (delírios, necrofilia, sexualidade reprimida) que remetem a alguns contos de Edgar Allan Poe. Tudo isso, entretanto, não salva o filme da irrelevância, fruto da indecisão criativa do diretor Tomas Portela entre embarcar no puro horror violento e tenso ou buscar uma abordagem séria e simbolista ao se vincular a uma linha de suspense psicológico. E é nessa última perspectiva que a produção naufraga, pois as menções que se faz ao passado obscuro dos principais personagens acabam soando gratuitas e sem sentido nas resoluções dos principais conflitos e dilemas do roteiro. Além disso, a encenação concebida por Portela é desajeitada e confusa, o que se agrava ainda com as interpretações afetadas e pouco convictas do elenco (aliás, afinal, para que serve a participação de José Wilker no filme?).

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Um filme que ate gostaria de ter assistido mas acabei desistindo devido as péssimas criticas.