quinta-feira, outubro 02, 2014

O protetor, de Antoine Fuqua **1/2


Filmes como “O atirador” (2007), “Atraídos pelo crime” (2009) e “Invasão a Casa Branca” (2013) atestam a boa mão do diretor Antoine Fuqua para filmes de ação. A retomada da parceria com Denzel Washington, celebrizada no excelente “Dia de treinamento” (2001), aumentou ainda mais a expectativa para “O protetor” (2014). A meia-hora inicial do filme até dá uma boa empolgada – há um tom de mistério intrigante em torno da figura do protagonista Robert McCall (Washington) e a seqüência em que ele massacra cinco bandidos da máfia russa é muito bem coreografada na sua profusão de brutalidade absurda. E quando entra em cena o sinistro Teddy (Marton Csokas) parece que as coisas vão melhorar ainda mais (a fusão de imagens que se faz entre o corpo tatuado do vilão com uma tomada noturna urbana é extraordinária). Com o desenrolar da trama, entretanto, a produção acaba se esvaziando em termos dramáticos. As cenas de ação são competentes na sua execução, mas a caracterização do personagem principal quase como um super-herói infalível retira a sensação de algum perigo efetivamente perturbador, requisito indispensável para que haja alguma tensão na obra. Assim, os principais dilemas do roteiro se resolvem com incômoda facilidade, sem que em nenhum momento se possa ter a sensação de que o protagonista fique em alguma situação limite.

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