segunda-feira, março 05, 2012

Hiroshima - Um Musical Silencioso, de Pablo Stoll **1/2



A trama de “Hiroshima – Um Musical Silencioso” (2009) é até simples e típica de produções independentes, mostrando basicamente 24 horas da vida de um jovem de classe média desempregado, mais preocupado em ficar vagando sem rumo por Montevidéu e fumar maconha. O registro do diretor Pablo Stoll parte de um tom distanciado, com algumas doses de discreto humor. O que torna esta produção uruguaia uma curiosidade cinematográfica é que a sua parte formal se apropria de alguns recursos característicos do cinema mudo, principalmente pelo fato dos diálogos não se efetivarem sonoramente, mas sim por entretítulos. Tal concepção revela algo desconcertante no sentido de que o gênero do filme não é geralmente associado a este tipo de abordagem estética. O interessante é que essa discrepância acaba rendendo os melhores momentos do filme, pois o insólito faz com que atos banais ou quotidianos acabem ganhando uma dimensão cômica inesperada. Com o desenrolar da narrativa, entretanto, o uso contínuo da conjunção entre cinema mudo e o existencialismo do roteiro acaba se tornando cansativo em algumas seqüências. No mais, vale destacar ainda a boa trilha sonora, repleta de canções de bandas underground uruguaias, que por vezes acaba criando atmosfera entre o reflexivo e até mesmo o épico

Nenhum comentário: