terça-feira, dezembro 18, 2018

Aquaman, de James Wan *1/2


A presença do roteirista Geoff Johns nos créditos de “Aquaman” (2018) é decisiva. Ele foi o responsável pelo roteiro da série própria do personagem no reboot que o universo DC sofreu em 2012. E as histórias eram ruins, das piores que o célebre herói dos mares já teve em sua trajetória nos quadrinhos. É justamente essa fase que serve como base para a trama do filme dirigido por James Wan e é aquela velha história: o que começa errado dificilmente tem chances de terminar bem... Voltando a falar do roteiro, é claro que em uma produção blockbuster não há uma grande obrigação artística em ser original, sendo que acumular clichês temáticos faz parte do jogo. Por vezes, esse procedimento reciclador pode ser feito com competência e vigor e gerar algo de empolgante, mas não é o caso de “Aquaman” – a impressão constante é de que os roteiristas chupinharam na maior cara de pau várias passagens da trilogia de “O senhor dos anéis” e da forma mais mecânica e artificial possível. Embalando a picaretagem há uma encenação risível de primária nos momentos mais dramáticos e uma opulência visual vazia e asséptica (é de se reparar que nas sequências envolvendo personagens baleados, destroçados e dilacerados não há sangue!!). Para coroar todos esses equívocos, Jason Momoa é inexpressivo demais e pouco carismático para segurar o papel principal (isso falar que sua truculência beira a escrotidão). Ok, algumas sequências de ação até são divertidas na sua coreografia e por vezes a caracterização visual de alguns efeitos especiais são interessantes. Mas isso é muito pouco para aguentar longas duas horas e meia de barulheira e breguice. No cômputo geral, “Aquaman” confirma que a DC continua soando perdida em suas adaptações para o cinema, estando bem longe do padrão de qualidade dos Estúdios Marvel. Só geek sem noção pode gostar dessa presepada.

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