Por mais que se exalte uma coerência mercadológica e
artística dos Estúdios Marvel na elaboração e execução de seu universo
cinematográfico, coisa que outras franquias de super-heróis nas telas não
conseguem ter, fica cada vez mais evidente em seus filmes recentes que seus
criadores estão ficando perto de um beco estético-temático sem saída. “Homem-Aranha:
Longe de casa” (2019) é exemplo claro dessa encruzilhada – é um filme divertido
por vezes, há algum carisma em seus personagens, mas a impressão final é de
algo tão pueril que pouco consegue extrair alguma efetiva tensão dramática de
seus momentos cruciais. Ainda que ocorra vez e outra algumas boas soluções
narrativas, com destaque para as cenas em que o herói aracnídeo e seu
antagonista Mysterio duelam em meio a cenários delirantes de uma realidade que
se transforma constantemente, o que prevalece para o espectador é a sensação de
uma colcha-de-retalhos preguiçosa, misturando de maneira mecânica elementos
diversos de comédia-romântica adolescente, aventura estilo James Bond (com
diretos a vários cenários exóticos/turísticos) e a fórmula típica (e asséptica)
de filmes contemporâneos de super-herói. Quem quiser ficar com uma obra
memorável recente do alter ego de Peter Parker pelo jeito vai ter de ficar
mesmo com a ótima animação “Homem-Aranha no aranhaverso” (2018).
Um comentário:
"Homem Aranha - Longe de Casa" é um filme gostoso para ser visto e revisto e que irá agradar em cheio qualquer fã nostálgico. Veja a minha analise completa no meu blog de cinema https://cinemacemanosluz.blogspot.com/2019/07/cine-dica-em-cartaz-homem-aranha-longe.html
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