quinta-feira, junho 11, 2015

Tomorrowland - Um lugar onde nada é impossível, de Brad Bird ***


Por terem sido lançados com diferença de poucas semanas no corrente ano e estarem enquadrados no mesmo gênero cinematográfico (ficção científica), “Tomorrowland – Um lugar onde nada é impossível” e “Mad Max – A estrada da fúria” acabaram sendo comparados entre si, no sentido que o primeiro teria uma visão mais otimista sobre o futuro enquanto o segundo enveredava para a distopia típica de um cenário pós-apocalíptico. Dá para dizer que além dessa relação há uma outra perspectiva pela qual tais obras se ligam – a de que ambas praticam estilos de filmar que remetem a produções de aventura dos anos 80. No caso específico de “Tomorrowland”, o que mais vem à cabeça são alguns filmes de Steven Spielberg, principalmente “Contatos imediatos de terceio grau” (1977) e “ET” (1982). Dá para dizer que pelo menos em uma virtude o diretor Brad Bird faz justiça à comparação: o cara tem uma ótima mão para as cenas de ação, bastante caprichadas em termos de clareza visual e coreografias mirabolantes. Além disso, há uma equação eficiente na combinação de efeitos especiais e direção de arte repletos de inventividade e requinte visual (nesse sentido, acaba-se lembrando de outro clássico de Spielberg no gênero, o extraordinário “Minority Report”). O que emperra “Tomorrowland” para que atinja o mesmo patamar artístico de suas fontes inspiradoras é o seu roteiro problemático, onde se pode perceber suas boas ideias temáticas, mas que recebem um tratamento textual repleto de excessos sentimentais, além da falta de sutileza na exposição de seu subtexto. Tais equívocos acabam por truncar a narrativa ao fazer o filme enveredar em seqüências cheias de discursos entre o solene e o edificante. Ainda que esses pontos negativos causem decepção, ainda mais por se tratar de um filme do cara que criou a alucinante obra-prima “Os incríveis” (2004), “Tomorrowland” é uma obra de aventura bem mais convincente do que boa parte dos “produções pipocas” que apareceram nos últimos meses.

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