O primeiro “Guardiões da galáxia” (2014) foi talvez a
produção mais influente dos estúdios Marvel – não necessariamente por uma
questão de ter sido um tremendo sucesso de bilheteria, mas por trazer alguns
preceitos estéticos e temáticos que se mostraram influentes para outros filmes
no gênero super-heróis que vieram após a sua estreia (o exemplo mais evidente
foi o constrangedor “O esquadrão suicida”). O visual colorido espalhafatoso, a
atmosfera de filme B (é como se assistíssemos àquelas tranqueiras dos anos 80
que imitavam “Star Wars” com um orçamento milionário), o tom de comédia
pastelão de algumas sequências e a coreografia muito bem encenada das cenas de
aventuras configuraram uma eficiente e divertida fórmula artística. Assim, era
natural que o diretor James Gunn quisesse apostar naquilo que deu certo. E é
exatamente o que acontece em “Guardiões da galáxia – Volume 2” (2017). Os
elementos formais e textuais do primeiro filme estão todos presentes e por
vezes resultam em alguns momentos antológicos, principalmente pelo carisma das
atuações do seu elenco, pelo grafismo exagerado dos efeitos especiais e por um
considerável teor sórdido na sua ambientação e na violência cartunesca. Por
outro lado, a continuação também frustra um pouco pela falta de uma tensão
dramática mais consistente e também pelo tom meloso e convencional das
sequências mais sentimentais. O roteiro do filme até é bem resolvido em algumas
de suas premissas e nos seus dilemas dramáticos, mas também é permanente a impressão
que atua mais como preparação para conflitos e conceitos que se concretizarão
em obras posteriores.
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