Ainda que não seja considerado um personagem de primeiro
escalão dentro da imensa galeria de heróis, vilões e afins no universo dos
quadrinhos da Marvel, o Justiceiro teve algumas fases muito boas de histórias
em sua trajetória. Para quem não conhece, ou mesmo para quem quiser relembrar,
vale muito à pena ler alguns arcos antológicos escritos por autores como Doug
Moench, Chuck Dixon, Garth Ennis e Jason Aaron. Tais histórias não só se
destacaram como excelentes narrativas de ação como foram importantes no
delineamento de um complexo e convincente perfil psicológico do personagem.
Muito se fala que a atual versão do seriado do Netflix para o Justiceiro é a
melhor adaptação já feita para um projeto audiovisual relativo ao notório
anti-herói. Até pode ser, mas ainda assim tal recriação do universo violento de
Frank Castle ainda está bem distante da qualidade artísticas dos mais
expressivos momentos desse protagonista nos quadrinhos. Por isso, nem dá para
ficar tão decepcionado assim com esse “O Justiceiro” (1989), a primeira versão
para as telas das sombrias aventuras de Castle. Na época, não havia essa
preocupação na manutenção de um severo padrão artístico e mercadológico típica
dos Estúdios Marvel. Com algumas exceções, a intenção principal mesmo era
levantar alguns trocados dos incautos em troca de uma adaptação picareta e
qualquer nota. Em síntese, é um policial derivativo e violento igual a outros
tantos subprodutos do gênero na época, só que usando o nome de um personagem
conhecido dos quadrinhos. O tom datado da narrativa acaba tornando tudo uma
experiência descartável e divertida, ainda mais levando em conta a
inacreditável canastrice de Dolph Lundgren no papel-título.
Um comentário:
Sei lá, parece que todas essas adaptações do personagem é sempre uma bola na trave.
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