sexta-feira, março 02, 2018

O Justiceiro, de Mark Goldblatt **


Ainda que não seja considerado um personagem de primeiro escalão dentro da imensa galeria de heróis, vilões e afins no universo dos quadrinhos da Marvel, o Justiceiro teve algumas fases muito boas de histórias em sua trajetória. Para quem não conhece, ou mesmo para quem quiser relembrar, vale muito à pena ler alguns arcos antológicos escritos por autores como Doug Moench, Chuck Dixon, Garth Ennis e Jason Aaron. Tais histórias não só se destacaram como excelentes narrativas de ação como foram importantes no delineamento de um complexo e convincente perfil psicológico do personagem. Muito se fala que a atual versão do seriado do Netflix para o Justiceiro é a melhor adaptação já feita para um projeto audiovisual relativo ao notório anti-herói. Até pode ser, mas ainda assim tal recriação do universo violento de Frank Castle ainda está bem distante da qualidade artísticas dos mais expressivos momentos desse protagonista nos quadrinhos. Por isso, nem dá para ficar tão decepcionado assim com esse “O Justiceiro” (1989), a primeira versão para as telas das sombrias aventuras de Castle. Na época, não havia essa preocupação na manutenção de um severo padrão artístico e mercadológico típica dos Estúdios Marvel. Com algumas exceções, a intenção principal mesmo era levantar alguns trocados dos incautos em troca de uma adaptação picareta e qualquer nota. Em síntese, é um policial derivativo e violento igual a outros tantos subprodutos do gênero na época, só que usando o nome de um personagem conhecido dos quadrinhos. O tom datado da narrativa acaba tornando tudo uma experiência descartável e divertida, ainda mais levando em conta a inacreditável canastrice de Dolph Lundgren no papel-título.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Sei lá, parece que todas essas adaptações do personagem é sempre uma bola na trave.