quinta-feira, março 29, 2018

O Insulto, de Ziad Doueiri *


Premiações ou indicações relativas ao Oscar e a prestigiados festivais de cinema, para muitos, são indicadores confiáveis da qualidade artística de um filme ou pelo menos de alguma relevância cultural. A verdade, entretanto, é que tais eventos na escolha de seus agraciados obedecem muito mais a um jogo de interesses de profissionais da indústria do cinema do que se preocupam com uma real avaliação estética das obras. A produção libanesa “O insulto” (2017) é um exemplar claro dessa tendência – ganhador de prêmio no Festival de Veneza e indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro, o filme é constrangedor em seus vários equívocos narrativos. Dizer que o seu conjunto formal-temático remete a um novelão insosso chega a ser generoso – a breguice e a apelação sentimental da trama e a narrativa modorrenta fazem do longa do diretor Ziad Doueiri um equivalente libanês de uma novela mexicana de quinta categoria. Até se poderia dizer que a abordagem de uma questão complexa como os conflitos étnicos e religiosos na sociedade libanesa garantiriam algum interesse por um prisma histórico-antropológico, mas a forma banal e convencional com que tal temática é abordada, aliada a seu formalismo misto de mediocridade e tosqueira, detonam qualquer possibilidade de que o filme tenha um outro destino que não seja o limbo das produções ordinárias descartáveis.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Para mim será sempre lembrado como um filme que defende o dialogo para conter a intolerancia