terça-feira, agosto 11, 2015

Caçando vagalumes, de Roberto Flores Prieto **


Há um tipo de filme que tem se mostrado bem recorrente no cinema latino-americano nos últimos anos – os melodramas em que um personagem taciturno e solitário acaba conhecendo alguma pessoa (namorada, amiga, filha, etc) que quebra sua rotina e o obriga a encarar a vida de forma mais humana e positiva. Tais produções geralmente se mostram áridas em suas concepções estéticas e bem previsíveis no desenrolar de suas respectivas tramas. Dentro de tal formatação, dá para lembrar logo de cara de obras como “Whisky” (2004), “O segredo dos seus olhos” (2010), “Um conto chinês” (2011). Em determinados casos tais trabalhos são modorrentos, em outros até são simpáticos, mas quase sempre são perfeitamente esquecíveis. O colombiano “Caçando vagalumes” (2013) se enquadra sem tirar nem por nessa linhagem de filmes. Por vezes, ele até dá uma enganada, principalmente nas seqüências iniciais, com uma narrativa minimalista e uma direção de fotografia que valoriza com sensibilidade a beleza rústica de paisagens campestres. Quando a menina Valéria (Valentina Abril) entra em cena, entretanto, a narrativa envereda de forma implacável por um lugar comum tedioso. Falta vida e criatividade para a direção de Roberto Flores Prieto, cujo estilo se limita a acomodar clichês formais e temáticos de forma pouco imaginativa. Dependendo do contexto, pode acontecer da produção ganhar alguns prêmios em alguma edição de curadoria pouco inspirada de um festival qualquer (como efetivamente aconteceu em Gramado), mas para efeitos de se grudar no imaginário do espectador, certamente o destino de “Caçando vagalumes” é o limbo do esquecimento das obras anódinas.

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