Essas recentes franquias televisivas no estilo “caça-talentos
musicais”, como The Voice ou X-Factor, não passam de uma versão reciclada de
tranqueiras divertidas como o Show de Calouros do Silvio Santos ou da Discoteca
do Chacrinha, com a diferença de que se levam muito a sério ao acrescentarem
dicas de profissionais da área e conselhos de autoajuda. Ou seja, é um negócio
francamente ridículo. Dessa forma, a única forma de gostar desse tipo de coisa
é quando se assiste a uma inteligente paródia como esse “Sing” (2016), um
desenho animado em que os candidatos a estrelas são animais antropomorfizados. Nesse
sentido, o diretor Garth Jennings atinge uma síntese artística bastante
eficiente, conciliando ironia espalhafatosa nos números musicais, melodrama cômico
na medida certa na caracterização dos personagens e até um senso de ação
cinematográfica por vezes alucinante (as sequências de perseguições, em
particular, tem um afiado teor de tensão e grafismo rebuscado). Ao lado de “Zootopia”
e “Pets”, o filme de Jennings acaba fechando em 2016 uma involuntária e
memorável tríade de animações com bichos!
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