Jason Statham é uma espécie de Stallone ou Schwarzenegger sem o teor megalomaníaco e com a
vantagem que atua melhor em termos dramáticos (mesmo que ele não se importe
muito com isso). Para ele, não interessa que na grande maioria dos seus filmes
interprete basicamente o mesmo papel – o anti-herói durão e de poucas palavras,
que no fundo é um cara legal, que sempre é levado pelas circunstâncias a
distribuir porradas ou sair a mil por hora em um carrão envenenado. Em algumas
dessas produções, o resultado final fica no medíocre ou qualquer nota, mas em
outros trabalhos até que as coisas fluem de maneira envolvente. Nesse último
caso é que dá para enquadrar “O código” (2012). O roteiro prima por premissas inverossímeis
que beiram a cretinice, mas a narrativa e a encenação concebidas pelo diretor
Boaz Yakin têm desenvoltura convincente, com o detalhe ainda sempre expressivo
de sequências de ação bem dirigidas – não custa repetir: em tempos em que Zack
Snyder é referência no gênero aventura/ação, ver cenas de lutas e perseguições
bem coreografadas no modelo tradicional acaba sendo um alento. No mais, Statham
consegue dar um certa consistência psicológica para o seu personagem sem abrir
mão da sua brutalidade habitual.
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