terça-feira, janeiro 30, 2018

Viva - A vida é uma festa, de Lee Unkrich e Adrian Molina ***

Já faz alguns anos que a Pixar deixou de ser a incontestável reserva criativa das animações norte-americanas. A produtora tem apresentado uma incômoda oscilação artística em suas produções recentes, bem distante dos áureos tempos de filmes antológicos como “Os incríveis” (2004) e “Wall-E” (2008). Isso não quer dizer, entretanto, que tudo que lança seja destituído de interesse. “Viva – A vida é uma festa” (2017) pode não trazer a mesma classe narrativa e nem a inventividade gráfica das grandes obras-primas da Pixar, mas ainda assim reserva algumas agradáveis surpresas para o público. Sem o psicologismo barato e pretensioso de “Divertida mente” (2015) ou a narrativa amorfa de “Carros 3” (2017), o filme dos diretores Lee Unkrich e Adrian Molina investe em um grafismo exuberante e festivo, valorizando com sensibilidade algumas interessantes nuances da cultura mexicana, além de apresentar uma trama sentimental de forte empatia com a platéia. De se destacar ainda uma certa atmosfera de morbidez irônica e os belos temas de teor latino da trilha sonora. Claro, “Viva” não chega a configurar algo exatamente original, mas é uma animação bem eficaz na execução de seus simpáticos clichês estéticos e emocionais.

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