segunda-feira, abril 17, 2017

Souvenir, de Bavo Defume ***

Por debaixo das aparentes frivolidades e breguices de “Souvenir” (2016) há um interessante exercício de estética e ironia por parte do diretor Bavo Defume. A produção recicla clichês de melodramas e musicais, com direito a citações e referências diretas a clássicos do gênero, e os recria num contexto artístico de certa originalidade. Direção de arte e fotografia evocam uma insólita atmosfera entre o realista e o camp, fazendo lembrar algumas obras marcantes de Jacques Demy, principalmente “Os guarda-chuvas do amor” (1964). A própria atuação de Isabelle Huppert no papel da protagonista Liliane, alternando sobriedade e exagero nas doses certas, se mostra em sintonia com essa proposta estética e formal de Defume.

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