Premiações ou indicações relativas ao Oscar e a prestigiados
festivais de cinema, para muitos, são indicadores confiáveis da qualidade
artística de um filme ou pelo menos de alguma relevância cultural. A verdade,
entretanto, é que tais eventos na escolha de seus agraciados obedecem muito
mais a um jogo de interesses de profissionais da indústria do cinema do que se
preocupam com uma real avaliação estética das obras. A produção libanesa “O
insulto” (2017) é um exemplar claro dessa tendência – ganhador de prêmio no
Festival de Veneza e indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro, o filme é
constrangedor em seus vários equívocos narrativos. Dizer que o seu conjunto
formal-temático remete a um novelão insosso chega a ser generoso – a breguice e
a apelação sentimental da trama e a narrativa modorrenta fazem do longa do
diretor Ziad Doueiri um equivalente libanês de uma novela mexicana de quinta
categoria. Até se poderia dizer que a abordagem de uma questão complexa como os
conflitos étnicos e religiosos na sociedade libanesa garantiriam algum
interesse por um prisma histórico-antropológico, mas a forma banal e
convencional com que tal temática é abordada, aliada a seu formalismo misto de mediocridade
e tosqueira, detonam qualquer possibilidade de que o filme tenha um outro
destino que não seja o limbo das produções ordinárias descartáveis.
Um comentário:
Para mim será sempre lembrado como um filme que defende o dialogo para conter a intolerancia
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