Um gênero que tem cadeira cativa no cinema norte-americano
nas últimas décadas é o dos dramas históricos-políticos. De certa forma, sempre
há algum diretor com a pretensão de realizar uma obra no nível de importância
artística e temática de um clássico como “Todos os homens do presidente” (1976).
“Conspiração e poder” (2015) é mais uma produção que busca tal objetivo, ao
mostrar o polêmico caso em que o programa televisivo “60 minutes” acusou o
ex-presidente George W Bush de não servir durante a Guerra do Vietnã usando a
influência política de seu pai e que depois não conseguiu sustentar suas
alegações por falta de provas, com os jornalistas envolvidos caindo em
descrédito perante o público. O assunto é interessante e complexo, refletindo
muito do jogo de poder envolvendo a mídia e o Estado, mas o tratamento formal e
narrativo proposto pelo diretor James Vanderbilt é tão desprovido de vigor e
ousadia que acaba mais provocando uma sensação de enfado para o espectador do
que alguma tensão ou mesmo indignação. Falta dinâmica e até alguma ironia
dentro dos clichês melodramáticos nos quais o cineasta se afunda. É claro que o
filme pode despertar uma certa curiosidade pelo seu lado informativo para
aqueles que se interessam pelo cenário sócio-político contemporâneo. Como cinema,
entretanto, é uma experiência bastante frustrante.
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