Dentro do gênero do horror de “câmera subjetiva”, onde as
filmagens são “registradas” pelos próprios personagens da trama, a produção
mexicana “1974: A possessão de Altair” (2016) não atinge os mesmos níveis de
criatividade e concisão narrativa do espanhol “REC” (2008), mas se mostra bem
mais instigante do que os mais recentes exemplares da franquia “Atividade
paranormal” e derivados norte-americanos. A explicação pela sua maior
relevância artística está na concepção e execução de um convincente conceito
temático-estético. O fato da trama se desenvolver em meados dos anos 70 e de
que grande parte das gravações serem feitas em Super 8 faz com que o filme
tenha uma atmosfera que transite com fluidez entre o real e o onírico e uma
direção de fotografia e arte que surpreende pela beleza visual rústica e
nostálgica de algumas sequências. O roteiro cai em alguns convencionalismos
inerentes ao gênero, mas o tratamento formal e narrativo tem a precisão
suficiente para gerar tensão e interesse para o espectador.
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