terça-feira, junho 06, 2017

1974: A possessão de Altair, de Victor Dryere ***

Dentro do gênero do horror de “câmera subjetiva”, onde as filmagens são “registradas” pelos próprios personagens da trama, a produção mexicana “1974: A possessão de Altair” (2016) não atinge os mesmos níveis de criatividade e concisão narrativa do espanhol “REC” (2008), mas se mostra bem mais instigante do que os mais recentes exemplares da franquia “Atividade paranormal” e derivados norte-americanos. A explicação pela sua maior relevância artística está na concepção e execução de um convincente conceito temático-estético. O fato da trama se desenvolver em meados dos anos 70 e de que grande parte das gravações serem feitas em Super 8 faz com que o filme tenha uma atmosfera que transite com fluidez entre o real e o onírico e uma direção de fotografia e arte que surpreende pela beleza visual rústica e nostálgica de algumas sequências. O roteiro cai em alguns convencionalismos inerentes ao gênero, mas o tratamento formal e narrativo tem a precisão suficiente para gerar tensão e interesse para o espectador.

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