Onde está o caminho para o horror nacional? Bem, algumas
produções até indicaram caminhos interessantes, vide obras como “Mangue negro”
(2008), “Quando eu era vivo” (2014) e “O diabo mora aqui” (2015), que buscaram
uma síntese entre fatores estéticos e temáticos tradicionais do gênero com
singulares elementos regionais e culturais. Ou seja, houve em tais filmes a
procura de uma linguagem própria que extravasasse o simples reciclar sem
imaginação de clichês narrativos. Pois “Condado macabro” (2015) vai justamente
na direção oposta dos longas mencionados – os diretores Marcos DeBrito e André
de Campos Mello parecem dispostos apenas em copiar/homenagear alguns de seus mestres
ou influências preferenciais (Rob Zombie, “O massacre da serra elétrica”, slasher
movies oitentistas, torture porn contemporâneo, palhaços escrotos, referências
pop a la Tarantino) na cara-de-pau e com um formalismo desleixado de dar nos
nervos. Pode ser que alguns truques estilísticos e uma certa atmosfera irônica
indiquem uma obra que não se pretende levar tão a sério, mas isso acaba soando
apenas como desculpa esfarrapada para justificar uma realização tão indulgente.
No mais, prevalecem detalhes patéticos como escolhas equivocadas no elenco (o
que dizer de atores e atrizes trintões interpretando adolescentes?) e um
roteiro desconjuntado e repleto de situações absurdamente cretinas (destaque
maior para o momento quando a turminha de “jovens” descobre o primeiro
assassinato e na hora da fuga perde longos minutos arrumando as malas!).
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