quinta-feira, novembro 16, 2017

Condado macabro, de Marcos DeBrito e André de Campos Mello *

Onde está o caminho para o horror nacional? Bem, algumas produções até indicaram caminhos interessantes, vide obras como “Mangue negro” (2008), “Quando eu era vivo” (2014) e “O diabo mora aqui” (2015), que buscaram uma síntese entre fatores estéticos e temáticos tradicionais do gênero com singulares elementos regionais e culturais. Ou seja, houve em tais filmes a procura de uma linguagem própria que extravasasse o simples reciclar sem imaginação de clichês narrativos. Pois “Condado macabro” (2015) vai justamente na direção oposta dos longas mencionados – os diretores Marcos DeBrito e André de Campos Mello parecem dispostos apenas em copiar/homenagear alguns de seus mestres ou influências preferenciais (Rob Zombie, “O massacre da serra elétrica”, slasher movies oitentistas, torture porn contemporâneo, palhaços escrotos, referências pop a la Tarantino) na cara-de-pau e com um formalismo desleixado de dar nos nervos. Pode ser que alguns truques estilísticos e uma certa atmosfera irônica indiquem uma obra que não se pretende levar tão a sério, mas isso acaba soando apenas como desculpa esfarrapada para justificar uma realização tão indulgente. No mais, prevalecem detalhes patéticos como escolhas equivocadas no elenco (o que dizer de atores e atrizes trintões interpretando adolescentes?) e um roteiro desconjuntado e repleto de situações absurdamente cretinas (destaque maior para o momento quando a turminha de “jovens” descobre o primeiro assassinato e na hora da fuga perde longos minutos arrumando as malas!).

Nenhum comentário: