No seu terço inicial, a impressão é que “O protetor 2”
(2018) vai ficar repetindo de maneira incansável aqueles mesmos irritantes maneirismos
estéticos e narrativos que marcaram o primeiro filme, além do roteiro semelhante
a evocar simplórios moralismos. Só que chega um momento no filme, entretanto,
que o próprio diretor Antoine Fuqua dá a impressão de encher o saco desse
marasmo criativo e resolve entregar uma bem decente obra no gênero ação,
chegando até lembrar aquele cineasta que pareceu tão promissor no ótimo “Dia de
treinamento” (2001). Há ótimas sequências de pancadarias e tiroteios, a tensão
dramática de algumas cenas realmente envolve o espectador e mesmo Denzel
Washington se mostra bem convincente em sua caracterização taciturna e algo
altista. Aliás, a presença de Washinton aliada ao formalismo competente
engendrado por Fuqua no faz lembrar algumas memoráveis produções dirigidas pelo
saudoso Tony Scott. Para coroar essa bela transformação do filme, toda aquela
sequência final do duelo do protagonista Robert McCall (Washington) com um assustador
grupo de vilões paramilitares em um vilarejo litorâneo tomado por uma violenta
tempestade é antológica na sua caracterização imagética e na coreografia da
ação, algo como um faroeste reciclado com acentuadas doses de violência
gráfica.
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