quinta-feira, março 12, 2015

Renascida do inferno, de David Gelb *


Hoje em dia, o que poderia motivar alguém que gosta de cinema a ver um filme de terror contemporâneo em alguma sala de multiplex? Muito provavelmente seria nostalgia, de ficar relembrando algumas sessões noturnas nos anos 70 e 80, quando quem gostava do gênero podia encontrar nos cinemas de ruas alguma tranqueira divertida na linha slasher ou pérolas efetivamente assustadoras e criativas de nomes como Wes Craven, Stuart Gordon ou Lucio Fulci. Na atualidade, com pouquíssimas e honrosas exceções, o que aparece de obras de horror são produções assépticas e formulaicas, que parecem obedecer a uma linha de montagem despersonalizada. “Renascida do inferno” (2015) é um exemplar perfeito de tal tendência. O diretor David Gelb dirige sem um traço de imaginação ou substância uma trama que chupa na cara dura o roteiro do suspense “Linha mortal” (1990) e acumula todos os truques baratos de sustos que grassam nas produções contemporâneas no gênero, além daquela assepsia visual irritante que serve para não chocar o público médio dos shoppings e de um elenco composto basicamente por gente tão inexpressiva que o público nem se importa quando os fulanos têm as suas respectivas mortes violentas.

Nenhum comentário: