Hoje em dia, o que poderia motivar alguém que gosta de
cinema a ver um filme de terror contemporâneo em alguma sala de multiplex?
Muito provavelmente seria nostalgia, de ficar relembrando algumas sessões
noturnas nos anos 70 e 80, quando quem gostava do gênero podia encontrar nos
cinemas de ruas alguma tranqueira divertida na linha slasher ou pérolas
efetivamente assustadoras e criativas de nomes como Wes Craven, Stuart Gordon
ou Lucio Fulci. Na atualidade, com pouquíssimas e honrosas exceções, o que
aparece de obras de horror são produções assépticas e formulaicas, que parecem
obedecer a uma linha de montagem despersonalizada. “Renascida do inferno” (2015)
é um exemplar perfeito de tal tendência. O diretor David Gelb dirige sem um
traço de imaginação ou substância uma trama que chupa na cara dura o roteiro do
suspense “Linha mortal” (1990) e acumula todos os truques baratos de sustos que
grassam nas produções contemporâneas no gênero, além daquela assepsia visual
irritante que serve para não chocar o público médio dos shoppings e de um
elenco composto basicamente por gente tão inexpressiva que o público nem se
importa quando os fulanos têm as suas respectivas mortes violentas.
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