O diretor britânico Guy Ritchie parecia que tinha se tornado
um diretor qualquer depois dos dois filmes de Sherlock Holmes “moderninho” que dirigiu
e que se configuravam mais como veículo para o estrelismo autoindulgente de
Robert Downey Jr. A impressão é que não havia mais rastro do talento que tinha
gerado obras divertidas e casca-grossas como “Jogo, trapaças e dois canos
fumegantes” (1998) e “Rock’n’rolla” (2008). Dessa forma, “O agente da
U.N.C.L.E.” (2015) acaba sendo uma grata surpresa, revelando um cineasta que
consegue recuperar sua veia autoral mesmo dentro da estrutura de uma produção
de grande estúdio. Os típicos maneirismos de seus trabalhos iniciais são
incorporados com naturalidade aos preceitos narrativos típicos do gênero
aventura. Ao invés daquelas encenação e edição de estilo clipeiro de “Sherlock
Holmes”, predomina um estilo que transita fluentemente entre o clássico e o
renovado. Destacam-se uma direção de arte estilosa e retrô, cenas de ação
coreografadas com detalhismo e desenvoltura, roteiro espirituoso que combina de
maneira notável intriga e ironia, trilha sonora de canções e temas incidentais
memoráveis e ótima direção de atores (canastrões como Henry Cavill e Armie
Hammer se mostram expressivos e Alicia Vikander tem uma presença cênica
encantadora). Agora é esperar que “O agente da U.N.C.L.E.” não represente
apenas um eventual arroubo criativo de Ritchie e que ele mantenha esse padrão
em futuras produções.
Um comentário:
Sou uma fiel seguidora de Guy Ritchie. Apesar de não ser um diretor tão reconhecido na indústria do cine, ele é um dos poucos que conseguem boas obras cinematográficas de aventura graças ao seu grande profissionalismo. Deve ser por ele que grandes atores como Charlie Hunnam querem participar nos seus filmes. filmes ação é o mais recente dos seus trabalhos, um filme que é uma referência do gênero. Seus efeitos especiais estão incríveis, trilha sonora e atuações geram um resultado que consegue captar aos espectadores.
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