segunda-feira, outubro 24, 2016

Meu amigo, o dragão, de David Lowery **1/2

Dá para perceber em “Meu amigo, o dragão” (2016) uma certa abordagem conceitual diferente. Tanto em sua estética quanto no conteúdo, o filme do diretor David Lowery parece querer recuperar uma atmosfera setentista em termos de atmosfera e construção narrativa. Há um caráter de crônica nostálgica e ingênua aliada a um viés ecológico na forma com que a trama é apresenta na tela. Essa concepção provavelmente vem do fato da produção ser uma refilmagem de uma animação de 1977. Diante de tais escolhas artísticas, a obra de Lowery até tem algum encanto em determinadas passagens, fruto de uma encenação bem coreografada na combinação de trucagens digitais e interação entre os personagens. Por outro lado, essa ambientação agridoce por vezes retira a capacidade do filme em gerar tensão para a plateia, o que seria fundamental dentro de um trabalho no gênero aventura fantástica juvenil. Dá até para entender que se buscou um perfil mais humano na caracterização dos dilemas e críticas comportamentais presentes no roteiro, mas no geral essa coisa de fofice excessiva faz com que os vilões e ameaças que surgem ao longo da história se mostrem poucos críveis ou assustadores.

Nenhum comentário: