Na época de seu lançamento, “O estigma de Satanás” (1971) já
tinha um certo caráter anacrônico. Vinculado àquela escola de horror delineada
pela produtora inglesa Hammer, o filme do diretor Piers Haggard traz realmente
a impressão de uma obra datada, principalmente pela formatação tradicional de
seu roteiro, pela fleuma de sua encenação e pela sua atmosfera entre o gótico e
o pastoril. Ainda assim, esse passadismo por vezes tem algo atraente na forma
com que a sua narrativa se espraia na tela, sugerindo uma síntese entre o encantador
e o perturbador – é de se considerar que o longa capricha mais na violência e
violência gráficas do que os trabalhos da Hammer. Algumas trucagens e mesmo
detalhes da maquiagem e caracterização visual jogam o filme naquela zona
nebulosa do humor involuntário, impressão essa acentuada por algumas passagens
da trama excessivamente maniqueístas. Por outro lado, há uma estranha
ambientação difusa e ambígua em determinadas sequências, principalmente
naquelas envolvendo rituais de magia negra, além de um sutil subtexto a sugerir
uma crítica a um ordenamento religioso patriarcal e opressor. Por mais que a
conclusão da produção evoque a velha máxima do “bem vencendo o mal”, há um
traço de melancolia amarga na forma com o representante da ordem e da moral do
vilarejo interiorano reprime e esmaga o grupo de jovens e deserdados cultores
do “mal”.
3 comentários:
adohbadiubgdsiubojnbadw
desculpa foi minha mãe ele tem aljaime
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