Pelo menos com uma coisa até os detratores de Rob Zombie tem
de concordar: há uma forte coerência autoral em sua filmografia. Em grande
parte das produções que dirigiu se pode perceber uma recorrência de elementos
temáticos e narrativos – grafismo violento explícito, atmosfera sórdida e amoral,
psicopatas e assassinos em geral como personagens fundamentais nas tramas, até
a sua esposa Sheri Moon parece interpretar variações diferentes de um mesmo
papel. Tudo isso se encontra em “31” (2016), com direito inclusive a palhaços
matadores ao estilo do memorável Capitão Spalding (Sid Haig) de “A casa dos mil
corpos” (2003) e “Os rejeitados pelo diabo” (2005). O filme dá uma constante
impressão ao espectador que ele já viu tudo que aparece na tela de forma mais
convincente e impactante em outros filmes do próprio Zombie. Ainda assim, tem o
seu encanto, principalmente porque o formalismo casca grossa do cineasta e o
seu gosto por histórias sombrias e niilistas afastam “31” do lugar comum
asséptico que tomou conta do cinema de horror contemporâneo.
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