segunda-feira, dezembro 18, 2017

31, de Rob Zombie ***

Pelo menos com uma coisa até os detratores de Rob Zombie tem de concordar: há uma forte coerência autoral em sua filmografia. Em grande parte das produções que dirigiu se pode perceber uma recorrência de elementos temáticos e narrativos – grafismo violento explícito, atmosfera sórdida e amoral, psicopatas e assassinos em geral como personagens fundamentais nas tramas, até a sua esposa Sheri Moon parece interpretar variações diferentes de um mesmo papel. Tudo isso se encontra em “31” (2016), com direito inclusive a palhaços matadores ao estilo do memorável Capitão Spalding (Sid Haig) de “A casa dos mil corpos” (2003) e “Os rejeitados pelo diabo” (2005). O filme dá uma constante impressão ao espectador que ele já viu tudo que aparece na tela de forma mais convincente e impactante em outros filmes do próprio Zombie. Ainda assim, tem o seu encanto, principalmente porque o formalismo casca grossa do cineasta e o seu gosto por histórias sombrias e niilistas afastam “31” do lugar comum asséptico que tomou conta do cinema de horror contemporâneo.

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