Em um primeiro momento, é fácil simpatizar com “Lady Bird –
A hora de voar” (2017). A trama do filme se estrutura como um “romance de
formação”, mostrando fatos da adolescência da rebelde Christine McPherson
(Saoirse Ronan) que acabam criando algum vínculo de empatia com a plateia no
sentido de identificação. Alguns desses episódios de equívocos e revoltas
juvenis são engraçados, levantando um certo tom de contestação sócio-cultural
por parte da protagonista diante do caretismo de sua escola católica e dos
costumes provincianos da cidadezinha interiorana onde vive. Além disso, o
elenco apresenta algumas atuações carismáticas, principalmente por parte da ala
feminina. Assim como é fácil de assistir ao filme da diretora Greta Gerwig, entretanto,
também é fácil de esquecê-lo. Parece que a preocupação no registro das
banalidades do cotidiano acabou contaminando a abordagem narrativa e formal da
obra – é tudo tão quadradinho e esquemático na forma com que as coisas se
desenrolam na tela que por vezes a produção cai no enfadonho. A impressão
constante é de que já vimos esse filme várias vezes, e que em algumas outras
oportunidades ele era bem melhor. E mesmo o roteiro, que talvez devesse ser o
principal trunfo de “Lady Bird”, vai se revelando ao longo da narrativa cada
vez mais previsível e conservador, vide a conclusão moralista que exalta os
valores familiares e católicos que marcaram a juventude da personagem
principal, os mesmos que a reprimiram por boa parte nessa etapa de sua vida.
Um comentário:
Achei irregular atuação dos pretendentes dela e o que aconteceu com o padre que estava sofrendo de depressão? Simplesmente sumiu da trama
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